Quando eu saio, não sei o que acontece comigo. Ficar em público me deixa descontrolado. Quando vejo uma criança e percebo a reação que ela tem ao me ver em uma cadeira de rodas, eu começo a rir alto e não consigo parar. Faço tanto barulho que as pessoas se assustam ao me ver, como um louco, gritando em um ambiente fechado. Não sei dizer o que acontece comigo, fico totalmente descontrolado e não consigo controlar minhas atitudes. Depois fico mal em pensar no que fiz e como fiz meus familiares passarem por aquela situação.
Na última consulta eu fiquei tão nervoso em me encontrar no meio de tantas pessoas que eu tremia muito e tinha a respiração muito ofegante. Mesmo na frente do médico eu fiquei muito nervoso enquanto meu irmão e minha esposa explicavam para o médico meu diagnóstico ao mesmo tempo que tentavam me acalmar. Eu queria falar, mas não saia nada além de tentativas frustradas enquanto meu irmão e minha esposa tentavam adivinhar o que eu queria dizer ao mesmo tempo que eles e o médico pediam para eu ficar calmo.
Eu queria ver por que eu não expirava pelo nariz, o médico pediu alguns exames e saímos rapidamente da sala dele. Dias depois, voltamos com os exames solicitados. Nesta vez, eu estava mais calmo. Ele deu uma breve olhada nas figuras do exame, não leu o laudo e disse que eu não tinha nenhum problema mecânico e que meu problema era neurológico. Rapidamente falou que, com ele, tinha terminado e foi nos retirando da sua sala. Tive a sensação de ser descartado. Ao mesmo tempo que fiquei feliz por não ser atendido por aquela pessoa fiquei mal em ser tratado daquela forma. Deu para notar que ele não queria me atender e minha situação ajudou naquela decisão.
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