DE REPENTE, LIS

A vida de Jefferson Silva diagnosticado com a Síndrome do Homem Encarcerado ou Locked In Syndrome (termo em inglês mundialmente conhecido pela sigla LIS)


A falta que faz não poder fazer pequenas coisas

Não suporto ver as coisas de casa por fazer e não poder fazer nada. Um exemplo é a grama. De vez em quando, me colocam a centímetros da grama, para tomar sol, e eu só fico olhando o que dá para fazer.  Tirar os matinhos, com a mão, é uma delas. Antes de ficar doente eu tomava conta do jardim. Mesmo com a visão danificada, eu posso ver as imperfeições.

Eu me encontro de uma maneira que se eu tivesse todo dinheiro do mundo em mãos, eu não poderia usar. É claro que poderia ajudar meus familiares. Mas eu não poderia usufruir desse dinheiro.

Mordo meus lábios frequentemente. Geralmente do lado esquerdo, onde tive a maior parte da lesão. Meus dentes estão mais afiados depois do AVC. Acho que eu tive muito bruxismo quando estive internado.

Tenho grande dificuldade para engolir. Acho que a minha paralisação dos músculos afetou minha deglutição. Eu não consigo controlar o alimento na minha boca. Não consigo cuspir ou mandar beijo. Eu engasgo facilmente. E sinto vontade de comer, mas a comida pára na minha boca e não consigo mastigar.



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